quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Gene da Chacota...

Aqui no litoral hão famílias tipicamente de origem açoriana, que se divertem como macacos quando a fruta madura cai do pé diretamente na cabeça do seu semelhante. Chegam a chacoalhar o pé novamente.


terça-feira, 3 de outubro de 2017

Salve, Schneiter!

Fred Schneiter (Salvador, 03/10/1959 – Rio de Janeiro, 05/05/2001)




 Fred Schneiter nasceu Friedrich Schneiter em Salvador/ Bahia, em 03 de outubro de 1959.
Após abandonar o terceiro ano do curso de engenharia elétrica, na Bahia, aos 20 anos, foi para o Rio de Janeiro em 1982 e iniciou seus estudos de violão com Luiz Antônio Perez decidido a ingressar no curso de bacharelado em violão na UNIRIO.
Participou de diversas formações cameristicas atuando como solista, em duos de violões, trios, quartetos e orquestra de violões e em conjuntos de música antiga.
Despertou muito rapidamente sua vocação para a composição que é dedicada principalmente para o violão. Também compôs uma peça para coral e outra para clarone, flauta, violino e violoncelo que são as únicas que não incluem o violão.
Em 1987 concluiu o Bacharelado em Violão na UNIRIO, com Turíbio Santos, e formou o Duo Barbieri-Schneiter com o qual ganhou notoriedade e atuou por 14 anos com intensa atividade em concertos no Brasil, além de Portugal, Suíça, Áustria, Itália, México e Argentina. Com o Duo gravou 3 CDs no Santuário Ecológico do Caraça, em Minas Gerais (Brasil). O primeiro CD “Duo Barbieri-Schneiter no Caraça” foi lançado em 1996 e é dedicado aos compositores e violonistas brasileiros Dilermando Reis, João Pernambuco e Garoto, além de composições do Duo. O segundo CD “Duo Barbieri-Schneiter 10 anos” comemora os 10 anos de carreira do Duo, em 1997, e tem seu repertório voltado às composições de A. Vivaldi, D. Scarlatti e Astor Piazzola. Como sempre as composições dos dois integrantes do Duo estão presentes e neste CD está incluída a composição de Fred Schneiter “Fantasia 521”, para dois violões, que obteve o primeiro lugar no Concurso de Composição do I Ciclo de Violão, realizado pela AABB/SP em 1991. O terceiro CD “Duo Barbieri-Schneiter interpreta Barbieri & Schneiter” foi lançado em 2000 e é totalmente voltado para as composições do dois integrantes do Duo. Após residirem por dois meses no Santuário do Caraça eles escreveram duas suítes intituladas “Suíte Caraça” para dois violões. A suíte de Fred Schneiter conta com 7 movimentos e a de Barbieri com 5 movimentos. O repertório do CD além destas composições é completado por outras obras dos dois violonistas.



 Sua obra foi escrita principalmente para violão solo e duo de violões e está sendo editada no Brasil, EUA e Itália.
Além de seu trabalho como compositor e interprete Fred Schneiter dedicou-se às artes plásticas deixando alguns trabalhos que são as influências de seu pai, que era artista plástico amador e das amizades travadas com grandes artistas plásticos, como os baianos Mário Cravo e Mario Cravo Neto, Cezar Romero e carioca José Maria Dias da Cruz entre outros. Seu bisavô, um suíço de nome Joseph Schneiter e que ele não chegou a conhecer, também era pintor e talvez de quem Fred tenha herdado este talento.
Fred gostava de fotografar e, nas horas vagas, escrevia poesias o que o levou a escrever um livro ao lado da poetisa brasileira Cyana Leahy intitulado “Duetos – Poemas dos tempos”, lançado postumamente.
Elaborou e coordenou vários projetos musicais, desde 1991, envolvendo grandes violonistas brasileiros como Carlos Barbosa-Lima, Turíbio Santos, Marco Pereira, Paulo Belinatti e Henrique Pinto além de jovens talentos da época que hoje são importantes violonistas como Paulo Pedrassoli e Zé Paulo Becker.
Produziu e apresentou o programa “Violão & Cia” para a Rádio Opus 90 em 1999 e foi um dos fundadores da AV-Rio – Associação de Violão do Rio, em janeiro de 2001, associação que tem se destacado na divulgação do violão no Brasil.
Apesar de sua morte prematura, Fred Schneiter deixou um precioso legado: uma importante obra para violão solo e duo de violões, além de composições para quarteto e trio de violões, quarteto de cordas e sopros, coral e um grande número de arranjos e transcrições para dois violões. A Columbia Music Company (EUA) editou a “Suíte Nº 1”, para dois violões, a Goldberg Edições Musicais (Brasil) editou várias obras para violão solo e a Marcos Vinícius Guitar Collection / Edizioni Carrara (Itália) editou o “Álbum de Família”, para violão solo.
Fred Schneiter conquistou em pouco menos de duas décadas, um lugar no seleto grupo de violonistas compositores onde encontramos Villa-Lobos, Garoto, Leo Brouwer e Agustín Barrios, entre outros.
Faleceu no Rio de Janeiro, aos 41 anos, no dia 05 de maio de 2001 vitima de infarto.
Após sua morte foram realizadas homenagens no Brasil, Suíça e Uruguai. No Brasil acontece, desde 2002, a Mostra e Concurso Nacional de Violão Fred Schneiter.
O “Catálogo Geral e Revisão Crítica da Obra para Violão Solo de Fred Schneiter” foi o tema da dissertação de mestrado de L. C. Barbieri/ UFRJ (2012) que teve orientação da Dra. Márcia Taborda.

(Texto copiado do site do concertista Luis Carlos Barbieri: http://luiscarlosbarbieri.com.br/ )

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Salve, Dilermando!

Salve Dilermando Reis (22-Set-1916 - 2-Jan-1977), o homem das valsas mais lindas do brasil!


sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Mestre Henrique Pinto...

Hoje o saudoso professor Henrique Pinto, importante didata que contribuiu (e ainda contribui) para o desenvolvimento do violão no Brasil, estaria completando, se não me engano, Setenta e Seis anos...


Salve, Mestre!

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Baden, Baden...

Baden Powell de Aquino (6-Ago-1937 - 26-Set-2000).

O revolucionário violonista brasileiro já estaria com Oitenta Anos...



sábado, 22 de julho de 2017

domingo, 25 de junho de 2017

O João Gilberto do Blues...

Esse jovem músico conseguiu sintetizar uma musica étnica com muito estilo.
Quem, o baiano João Gilberto no samba? Não. O paulista Igor Prado no Blues, e também dono da batida perfeita. Se ele fosse estadunidense, lá seria capa de todas as revistas, seria aclamado o novo guitar hero... 😛
 

Igor (34 anos) formou uma banda Igor Prado Blues Band com seu irmão baterista Yuri Prado e tem gravado discos a moda antiga, em take único, e reproduzindo a atmosfera e a ambiência das clássicas gravadoras, pelo pequeno selo paulista Chico Blues, grande divulgador do gênero aqui no Brasil. Ele acompanhou e/ou gravou com artistas locais como o gaitista Flávio Guimarães (Blues Etílicos) e internacionais como o saudoso cantor e gaitista Lynwood Slim, entre outros. Seu repertório reverencia as canções dos pioneiros afro-americanos, nos estilos swing blues, jump blues, baladas soul music, funk e canta e improvisa muito bem, reproduz os clichês que formam a linguagem, como de praxe nesse estilo de canções, mas com muito esmero. E com maior importância, Igor "reinventou" o Blues bem mais tradicional para os apreciadores brasileiros. Ele é uma ótima referência da atualidade, e tem deixado a sua marca, que pode ser comprovada na dezena de discos que gravou, além das suas carismáticas apresentações ao público.
Poucas notas cantadas e tocadas por ele já podem denunciá-lo, como um feito de poucos cantores/guitarristas como B.B. King, Otis Rush, Albert King... aliás, ele também é canhoto, como Otis Rush e Albert King, e toca com a guitarra configurada para destros, ou seja, pra ele os "bordões" ficam na posição das "primas" e vice-versa, o que denota o seu autodidatismo no início dos estudos. Esse canhoto do Blues gravou com a sua banda: "Prado Blues Band" (2003), "Blues and Swing" (2005), "Upsidedown" (2007), "Watch me move!" (2010), "Instrumentals, Vol 1" (2010), "Blues & Soul Sessions" (2012) também em Dvd, "Way down south" (2015) e outros discos acompanhando Ari Borger, J. J. Jackson, Raphael Wressnig, Denilson "Big D" Martins, Donny Nichilo e dois discos com o já citado Flávio Guimarães e outro nos EU com Lynwood Slim.
Seu disco "Way Down South" lançado somente na Califórnia pelo selo "Delta Groove Music" em 2015, teve boa crítica desde o lançamento, ficando em primeiro lugar em número de execuções de músicas nas rádios dos EU, tendo boa vendagem e ainda concorreu ao prêmio da "Blues Music Award". Mas aqui no brasil seus discos ainda são bem undergrounds, para o grande público acostumado com as "celebridades", artistas mais modistas, mais plásticos tais como... nem vou citar nomes, e que pagam mais "jabás" pra Tv.
Vida longa ao bom Blues do brasil!👏


Onde comprar os discos: http://chicoblues.com.br/

sábado, 17 de junho de 2017

Workshop em Santo Amaro da Imperatriz - SC


Neste dia 17 de Junho de 2017 acontecerá o Workshop "Guitarra e Eletrônica - Tirando o melhor do seu equipamento", com os palestrantes Marco Cardozo Jr e Wenes Barros. É uma ótima oportunidade para os músicos da comunidade de Santo Amaro da Imperatriz - SC, conhecerem um pouco mais sobre o universo cativante da Guitarra. Os palestrantes abordarão desde surgimento da guitarra elétrica nos EU e a evolução da eletrônica de acordo com as necessidades dos músicos, até pequenas dicas para jovens iniciantes fazerem a manutenção básica dos seus instrumentos. Participação especial do Bluesman Cristiano Ferreira, que estará contando um pouco da sua experiência como guitarrista profissional e produtor.

Local: Estúdio GreenBox. Rua Princesa Leopoldina, 650 - Santo Amaro da Imperatriz - SC, Cep: 88140-000
Hora: 15h
Informações: (48) 984099912 (Marcelo), (48) 999212123 (Marco)
Apoio:




terça-feira, 13 de junho de 2017

O Blues de Cristiano Ferreira...

O Blues de Santa Catarina ficou mais respeitado, com a atuação do músico gaúcho Cristiano Ferreira.


Desde que chegou aqui no estado, Cristiano vem tocando o seu repertório, acompanhando artistas do Blues nacional e internacional, e também tem desenvolvido um excelente trabalho como didata da guitarra, produtor de discos e de eventos e formando uma plateia cativa para o Blues. Esse seu empenho levou-o a um status de referencia como Guitarrista de Blues do estado de Santa Catarina, quer seja pela atuação, ou pelo conhecimento e/ou dedicação a este estilo, mas principalmente por ser um músico talentoso.

Para que conheçam um pouco mais desse artista, segue entrevista recente que fiz com o Cristiano:


Marco Cardozo - Cristiano, como foi o inicio do seus estudos musicais? Iniciou no Violão, e influenciado por algum parente ou outro?
Cristiano Ferreira - Meu pai tocava violão eventualmente em casa. O violão ficava muito tempo parado, encostado em um sofá, e um belo dia quis tentar tocar. Os primeiros acordes aprendi em métodos que se vendiam em bancas de revistas. Depois comecei a aprender com um amigo, e logo montamos a primeira banda, daí não parei mais. A guitarra elétrica surgiu nessa época em que comecei a tocar com minha primeira banda, pouco menos de um ano após me iniciar no violão.

MC - Essa sua paixão pela música étnica estadunidense, Blues, Jazz, apareceu quando?
CF - Foi ainda no interior do Rio Grande do Sul, na minha cidade natal Cachoeira do Sul. Com essa primeira banda ouvíamos e tirávamos de ouvido muitas músicas do rock nacional da década de 90, principalmente das bandas gaúchas. TNT era nossa banda favorita, e entre essas músicas tinham alguns blues que eles tocavam. Tivemos a chance de vê-los ao vivo na festa nacional do arroz que acontece todo ano na cidade, e a batida do rock básico, três acordes, influenciado pelo blues nos pegou pra valer. 

MC - Como você organiza os seus estudos semanais, estuda técnica pura, repertório, e as composições autorais?
CF - Atualmente mais repertório. Teve uma fase quando era mais jovem que devorava os discos. Depois passei a elaborar mais as questões técnicas, foi quando voltei a estudar guitarra, aqui em Florianópolis, com o guitarrista Cássio Moura. Fui aluno dele e do guitarrista Ozeias Rodrigues no conservatório de música popular de Itajaí e, motivado com os estudos, ingressei no curso de licenciatura da Udesc. Falo tudo isso porque, após praticamente uns 7 anos estudando música retomei meu vínculo com o repertório na minha prática com o instrumento. Atualmente faço transcrições, com o intuito de tocá-las realmente e de entender um pouco do estilo dos guitarristas que me influenciaram.

MC - Quais são as suas principais influencias musicais e/ou de guitarristas?
CF - Se tiver que resumir a um único seria BB King. Foi um dos primeiros que ouvi e o que melhor sintetiza o que penso sobre o Blues, essa aproximação do Blues com o Jazz. Mas tem outros que foram e ainda são importantes: T-Bone Walker, Freddie King e Albert King são alguns deles. Dos contemporâneos me identifico com aqueles que trazem a bagagem destes primeiros na forma de tocar, como Anson Funderburgh, Guy King, Duke Robillard e Ronnie Earl.

MC - Você tem uma guitarra favorita, ou várias?
CF - Passei muitos anos tocando somente com uma guitarra, uma Fender Stratocaster feita no Brasil, uma das primeiras que saíram. Praticamente toda a minha fase blues no RS foi feita com essa guitarra, gostava muito dela. Alguns anos depois que cheguei a Florianópolis, comecei a estudar mais sobre guitarras e amplificadores e aí passaram pelas minhas mãos vários instrumentos, o que foi fundamental para saber o que funciona pra mim e para o estilo de música que eu toco. Hoje eu utilizo muito uma Telecaster americana, reedição 1952 toda original, acredito que seja a guitarra que está comigo há mais tempo. Também uso muito uma 335 dot da Gibson, um ótimo instrumento, perfeito quando toco algo que vai além da fronteira do Blues. Mas sobre as guitarras acústicas ou semi acústicas, confesso que ainda não cheguei no som que almejo no palco, utilizando essas guitarras para Blues.


MC - No seu disco de estreia "Cristiano Ferreira e Trio - Buzz me", você gravou com que set up?
CF - Utilizei um único amp, o Serrano Victory 40w, circuito baseado no Fender Bassman Tweed. Foi um amp que definiu meu som depois que cheguei em Florianópolis. Toquei com ele por uns 8 anos acredito. As guitarras foram três: uma Epiphone Riviera com mini humbucker Gibson em uma faixa, uma Telecaster japonesa reedição 1962 em outra faixa, e o restante das faixas com uma guitarra montada nos estados unidos, com madeira da "Allparts" e captação nocaster, basicamente uma Telecaster reedição anos 50.

MC - E o seu trabalho com a Big Band "Brass Groove", que teve disco lançado neste ultimo ano, como aconteceu?
CF - Iniciou com um convite para fazer um show tributo à música de New Orleans, um pouco de dixieland com funk. Na época o seriado Treme passava em algum canal fechado, era um retrato do cenário musical em New Orleans após a catástrofe que foi o furacão Katrina. Alguns da banda (o pessoal do sopro) eram fãs do seriado, e estavam motivados para fazer aquele som com influencia do Blues. Porém em seguida a banda partiu para um trabalho autoral, baseado em música brasileira, mas eu acabei ficando. Tem sido um trabalho gratificante e desafiador pra mim, tocar esse novo repertório onde as músicas são escritas, em boa parte. É um contraste grande para alguém acostumado há um gênero onde é preconizado o improviso.

MC - Conte-nos essa sua empreitada de montar o próprio amplificador?
CF - Em paralelo a vida de músico procurei formação em uma área que tivesse relação com áudio, assim me formei técnico em eletrônica, depois Engenharia Elétrica e ainda encarei um mestrado em Engenharia Elétrica. Porém nunca trabalhei profissionalmente na área do áudio, fui para outras áreas da Engenharia Elétrica/Eletrônica. E ficou essa meta de algum dia desenvolver algo na área do áudio. Ao longo dos anos fui tomando as rédeas da elétrica das minhas guitarras, depois manutenção e modificações nos meus amplificadores até que, após duas viagens aos Estados Unidos consegui trazer peças para montagem de um Fender Deluxe Reverb. Por lá são vendidos kits com todos os componentes necessários. Então fui montando aos poucos o amplificador, tendo ficado pronto no primeiro semestre desse ano. Ainda carece de alguma atenção no circuito do reverb, o funcionamento é intermitente. Acabei começando com um amplificador de maior complexidade, comparado aos circuitos da era Tweed da Fender que possuem menos componentes e não tem reverb. Os planos são de montar mais alguns, inclusive outros modelos, assim que tiver um pouco mais de tempo para me dedicar.

MC - Desse seu trabalho como professor de guitarra Blues, que tem desenvolvido na escola de música Fábrica de Sons, em São José - SC, há possibilidade de alguma publicação de material didático no futuro, visto que há uma lacuna na produção científica no estado de SC?
CF - Até mesmo no Brasil há uma lacuna, já que os métodos abordam o assunto de forma a ensinar alguns licks e acordes, mas não algo mais sistêmico, que possa auxiliar o músico a caminhar sozinho depois. É um desejo sim, a medida que vou desenvolvendo material para as aulas já começo a delinear um método “guitarra blues“ e, para um livro, não faltaria muito. Mas ainda preciso de mais tempo. Tenho um projeto agora, um canal no Youtube e blog, chamado “Guitarra à moda antiga” (https://ferreirablues.wordpress.com/). Enquanto isso, neste projeto, eu também vou soltando algumas ideias.


MC - Você está finalizando o segundo disco, em lançamento previsto para o segundo semestre de 2017. Conte-nos sobre o repertório escolhido e a produção do disco?
CF - Após o lançamento do primeiro, fiquei aproximadamente 3 anos divulgando aquele trabalho, junto da banda que me acompanhava na época. Encerrei aquela fase no "Mississippi Delta Blues Festival" de 2013, quando acompanhamos o pianista Henry Gray. Queria retomar o vínculo com o Blues mais tradicional, digo todo o blues feito até a década de 60, Jump, Chicago, Texas, mas com aquela banda sentia que não conseguiria mergulhar mais profundamente nestes estilos. No ano seguinte montei a nova com o Dayvk Martins (bateria) e Danilo Brito (baixo), que já tocavam comigo na banda do gaitista Carlos May e o Alexandre Green (piano). Naquele ano começamos então a produção do material que entrou para esse disco. Fiz um apanhando de músicas antigas minhas, que ainda não havia gravado e regravações de canções não tão óbvias de artistas que me influenciaram, coisas do Muddy Waters, Roy Milton, T-Bone Walker, Big Joe Turner e Duke Ellington. O disco nasceu no estúdio, não na estrada. Desde então tenho tocado músicas deste álbum com a nova banda nos shows, mas somente com o lançamento do disco que vamos formatar o show baseado realmente nessas músicas.

MC - Você acredita que seja importante a realização de workshops sobre guitarra mais tradicional, e Blues, na região da grande Florianópolis, visto que não há um publico formado para este estilo?
CF - Sem dúvida, e percebo que tem músicos interessadas, agora que voltei a lecionar guitarra percebo isso. Mas ainda faltam mais instrumentistas que dominem realmente a linguagem, para disseminar o conhecimento de como se tocar um slide ou o jump blues, por exemplo. Felizmente com a minha vivência de muitos anos tocando Blues já domino alguns estilos com certa fluência, mas a gama de subgêneros e estilos dentro do blues é grande. O Blues rural, por exemplo, ou blues do delta como alguns chamam, já é um universo próprio, onde alguns violonistas/guitarristas usavam slide, outros preferem o dedilhado inspirado no ragtime, outros utilizam afinação aberta e ficam em um único acorde e exploram mais batidas com a mão direita, enfim, já são várias coisas para serem estudadas somente dentro de um subgênero, do que chamamos gênero Blues.

MC - Você pode dar alguma dica para músicos que desejam tocar e /ou gravar um repertório Blues?
CF - É muito importante levar em paralelo tanto o estudo do repertório, conhecer as músicas, compositores, álbuns importantes, como também desenvolver uma sonoridade blues com o seu instrumento. O som do Blues vem, não somente das escalas ou acordes, mas também de como você soa com o seu instrumento e amplificador.

MC - PS. Meus agradecimentos ao Cristiano pela disposição em conceder-me essa entrevista.


Cristiano está terminando o seu segundo disco "Cristiano Ferreira - The Teacher's Rules!", e tem captado recurso de parceiros para a finalização dessa obra através de campanha até o dia 26 de Junho de 2017:
https://www.catarse.me/ferreirablues

Contato para Shows e Workshops: ferreirablues@gmail.com

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Fernando Caneca - Visitando Canhoto da Paraíba (2004)

"Eu não tive oportunidade de tecer comentários sobre este disco, quando o adquiri, devido a vida corrida dos últimos tempos, problemas de família, de saúde, etc. Bem, antes de eu viajar para o Rio, para assistir às Olimpíadas deste ano, eu fiz contato com o colega Fernando da Silva Caneca Jr, ou simplesmente Fernando Caneca, músico Pernambucano muito criativo, bastante conhecido no meio, tanto por gravar e acompanhar artistas famosos da nossa música mais popular, como pelas excelentes produções, pra que ele me vendesse e autografasse seu maravilhoso Cd "Fernando Caneca - Visitando Canhoto da Paraíba", lançado em 2004 pela Deckdisc - infelizmente fora de catálogo! Nesse trabalho, Fernando fez arranjos de composições do saudoso Canhoto da Paraíba, de um repertório bastante conhecido como "Visitando o Recife", "Glória relâmpago", "Tua imagem", dentre outras, e uma peça autoral "Forrobodó (Fantasia Nordestina)", onde ele cita "Pisando em Brasa" de Canhoto, e disponibiliza as partituras no próprio cd para se abrir no Cd-ROM do computador. A produção é de Rodrigo Vidal e foi gravado no Estúdio Tambor - RJ. O violão foi muito bem captado, por sinal. Eu não perguntei para o Fernando, mas pelo que percebi, deve ter sido captado plugado e também microfonado... É um disco de Violão acompanhado por percussões de Duani, Chris Mourão e Layse Sapucahy, contrabaixo de Fernando Nunes e Augusto Albuquerque, e violão de 7 cordas numa única faixa, com a participação especial de Paulão 7 Cordas. Fernando me confidenciou que lançará, muito em breve, outro disco, mas com outra obra de outro importante compositor que tem pesquisado há algum tempo, o também saudoso Luperce Miranda. Que venham mais obras, Caneca!"



Postado no Feicebuq em 29 de Dezembro de 2016.

domingo, 11 de junho de 2017

A Guitarra "roubada"...

"Na minha adolescência eu roubava a guitarra do amigo do meu pai, o Mazza, pra ficar treinando com o filho dele, o Dani. Décadas mais tarde o Mazza nos confessa que sabia de tudo... Mas, naquela época, o "roubo" era tão bom! 😜
A guitarra tratava-se de uma dessa daí, da foto. Giannini modelo "Diamond", com uma saída de audio com opcional em estereo, corpo semi acústico numa bela cor marrom escuro.
O Mazza tinha duas Giannini, e um dos meus irmãos gostava quando eu "roubava" a outra, que era um modelo "Sg", com um tipo de alavanca estilo "vibrola" da Gibson, pois eu imitava o Pete Towshend do The Who, girando o braço pra tocar as cordas! Mas era com a "Diamond" que eu realmente caprichava, e também aproveitava pra devorar o livro "Toque" do Ralph Denyer com ela.
Nos anos 80 o Mazza tirava um som bem bacana com ela, pois como não havia um contrabaixista, ele usava uma técnica de mão direita meio híbrida, fazendo as linhas de baixo junto com as harmonias e ligada num amplificador "True Reverb" também da Giannini, o som era bem "quente" e encorpado! O meu saudoso pai o acompanhava na bateria (primeiro com a imensa "Caramurú", depois com a "Pinguim", que foi vendida pro Richard Montano) e cantava a maior parte das canções do variado repertório, que também continha músicas instrumentais, com muitos improvisos, o que muito me fascinava. E eles faziam muitas brincadeiras como se auto denominarem "Tim Mazza & Cardozinho". A gente se divertia! 😁 

Mesmo quando eu já tinha a minha própria guitarra, eu dava um jeito de tocar com essa tal Giannini, pois acabávamos ensaiando na sala de jantar e posteriormente na garagem da casa da família Mazza, onde ficavam os equipamentos de música e as guitarras.
Essa saudosa guitarra elétrica acabou sendo vendida pra um guri aqui do bairro, nem um pouco purista, que a destruiu, tentando fazer modificações... 😢
Saudade."




Postado no Feicebuq em 9 de Março de 2017.