quinta-feira, 31 de julho de 2014

Entrevista com o Luthier Ricardo Dias, do Rio de Janeiro



Marco Cardozo - Eu ouvi falar de você há bastante tempo, e principalmente, li matérias de revistas especializadas em violão, onde você ensinava sobre construção e manutenção do instrumento. Quando você começou com luteria e com quem estudou?
Ricardo Dias - Eu estudei com Mario Jorge Passos, de quem fui auxiliar. Mas aprendi muito com o José Chagas e o Sérgio Abreu. 


MC - Antes da Luteria você estudou violão formalmente, chegou a fazer recitais?
RD - Sim, eu fiz alguns, coisa modesta, pois nessa época eu já estava interessado em Luteria. Depois tentei dar uma retomada, estudando com Leo Soares e Henrique Pinto, mas não deu mais. Foi levando meu violão para regular que conheci o Mario Jorge, e aí me “converti”.


MC - E sua relação com o luthier Sérgio Abreu, se deu de que forma?
RD - Ele fez alguns violões com o Mario, de quem era amigo. Quando levei o tal violão para consertar ele me sugeriu que comprasse um melhor, no caso um Giannini modelo Abreu, cujo tampo era feito integralmente pelo Sérgio. O conheci nessa época, comprando o tal violão. Passamos a nos encontrar em recitais, algumas reuniões sociais, fomos ficando amigos. Ele na verdade meio que me “educou” musicalmente. Era meu violonista favorito, e ao longo dos anos me ensinou muito sobre música de um modo geral, não apenas violão.
 

MC - Qual seria a sua principal influência ou inspiração para construção de um violão?
RD - Sempre meu gosto pessoal. Eu acho que se eu não ficar satisfeito não tem graça construir. Se o cliente não gostar há diversos excelentes luthieres a quem ele pode recorrer. Meu trabalho sempre esteve ligado ao prazer, ao orgulho de fazer algo que ME agrade. O resto é consequência. Mas em termos de influência, sempre o Hauser I. É disparado o melhor luthier de todos os tempos, na minha opinião.
 

MC - Eu ouvi falar que você já teve um projeto de cópia do Hermann Hauser de 1937, isso procede?
RD - Procede. O projeto está parado provisoriamente, por problemas de saúde. A coluna me impede de construir como gostaria. Vou fazendo aos poucos. Mas note que é uma homenagem, não é por ter a planta de um Hauser que o violão soa como um. O violão soa como a mão de quem o faz, sempre.


MC - Atualmente você teria disponibilidade pra fabricação de uma réplica, ou gosta de desenvolver um instrumento mais pessoal?
RD - Como eu disse, não estou construindo, mas réplicas nunca fizeram parte do meu trabalho. Eu busco um som pessoal, um ideal interno que não será atingido por cópia nenhuma.




MC - No tocante às madeiras, qual seria um bom substituto para o Jacarandá Bahiano utilizado na lateral e fundo do violão?
RD - Qualquer madeira dura e flexível. Eu pessoalmente gosto muito de Gombeira e Jacarandá Indiano.
 

MC - Em que tom a tampa pode ser afinada e que você acredita que o violão soe melhor? Existem diferentes tonalidades nos instrumentos dos famosos como Ignacio Fleta, José Ramirez, Hermann Hauser, etc?
RD - Depende do que se deseja. Eu nunca me preocupo muito com essas coisas, eu me preocupo mais com o resultado final, e pensar em termos de tons durante o processo me afasta do foco. O que algumas pessoas não se dão conta é que o tampo solto soará diferente quando for colado. E todas as vezes em que vi grandes violões, suas tonalidades eram totalmente distintas, mesmo entre os do mesmo construtor.
 

MC - Eu não gosto de violões com acabamento totalmente em goma laca, que ficam com aquela aparência meio fosca. A utilização de P.U., Nitrocelulose ou Goma Laca tem muita influência na sonoridade do violão, ou tem muito mito a respeito?
RD - O resultado da goma laca depende de quem aplica. Ela pode ficar tão brilhante quanto verniz sintético, e com um ar muito mais nobre, embora eu pessoalmente prefira um toque mais acetinado. Fazer diferença faz, no corpo, mas usar um verniz sintético certamente aumenta a proteção. Mas no tampo, simplesmente não é admissível nada que não seja Goma Laca (ou verniz de violino, mas esse tem problemas com secagem). Nitrocelulose, em instrumentos de cedar, talvez, Poliuretano jamais. Só no corpo, nunca no tampo. A diferença de sonoridade é dramática, num bom violão. Vernizes sintéticos matam os harmônicos mais bonitos.
 

MC - Qual a melhor regulagem para a altura das cordas no primeiro e no décimo segundo trastes, pra que tudo soe bem, sem "trastejamentos", independentemente do estilo que se vai tocar?
RD - No primeiro, um pouco mais alto que a altura produzida sobre o segundo traste quando se pressiona na primeira casa. No 12º traste depende: no clássico, quando se toca forte, 4.5mm no bordão, 3 na prima. Quando a pessoa apenas vai tocar um acompanhamento sem passar da quinta ou sexta casa, pode ser bem mais baixo, tipo 3 x 2. Ou seja: o primeiro exemplo serve para todos, embora fique um pouco duro; no segundo, não rola um solo bem tocado, então a resposta para tua pergunta seria a primeira regulagem, mas o ideal é particularizar.
 


MC - Como é o polimento ideal para os trastes do violão, que difere da guitarra elétrica, e uma pessoa pode fazê-lo em casa?
RD - Tem um vídeo meu no "Youtube" mostrando. "Bombril" na escala, com bastante força, a cada 6 meses, mais ou menos. Em violão, em escalas envernizadas como as de guitarra, não rola!
 

MC - Comente sobre os violões mais modernos, e trace uma comparação entre os mais tradicionais, se possível citando alguns construtores, como referência?
RD - Bem, aí prefiro falar de “escolas”. Não gosto dos ditos modernos, os double tops e os de escola australiana. Parecem ter mais volume, mas eu sempre digo que é um salto de elefante: impressiona, mas não vai longe. Eles não têm muitos detalhes no seu som, é bastante chapado, pelo menos os que vi até agora. Meu ideal sonoro é outro.
 

MC - O "bom luthier" tem uma coisa que eu sempre digo, que é o "padrão de construção", gostaria que você comentasse sobre os violões do Sérgio Abreu, e se possível sobre a sua procura pelo som do próprio violão Hermann Hauser que ele tocou muito tempo e que fora presente da mestra Adolfina R. de Távora?
RD - O padrão do luthier é sua impressão digital. Uma vez que ele domine os princípios de sua profissão, seu “Dna” fica gravado em todos os instrumentos que fizer, daí meu descrédito com cópias. O velho Hauser usava plantas totalmente diferentes, e seus violões tinham sempre a mesma - excelente - cara. Um erro recorrente dos iniciantes é esse, ficam fazendo experiências meio aleatórias, onde não têm como cotejar seus próprios resultados. O Sérgio, desde sempre, tinha seu ideal, que era semelhante ao seu violão. Este instrumento foi o que Romanillos usou como modelo para fazer seus primeiros violões, incluindo o mais famoso deles, que Bream usou por muitos anos. Mas logo Sergio percebeu que não adianta tentar fazer um Hauser, tem é que buscar seu ideal pessoal (que pode ser semelhante a outro, no caso o próprio Hauser) e correr atrás. Não da cópia, mas de sua interpretação daquele som.
 

MC - Não sei se você concorda com o meu questionamento, mas por que os jovens violonistas estão tocando tão diferentes do Andrés Segovia, ou do Marcelo Kayath, ou A. C. Barbosa Lima? Seria também por culpa da escolha do instrumento com mais volume?
RD - Não sei. Quando eu estudava – tenho a mesma idade do Kayath, ou um ano a mais – não havia muita facilidade de nada, lembro claramente a primeira vez que vi um vídeo de Segovia. Foi um deslumbramento! A gente não tinha acesso toda hora a tudo, então, talvez, sonhava mais, polia mais. Hoje as coisas são mais imediatas, e a relação com a técnica mudou. Sem esse espírito de busca, a coisa fica limitada. É MUITO mais fácil fazer uma escala a 150 sem errar que fazer uma escala como Segovia, cantando uma nota no meio, por exemplo. Uma depende de treino, quase que mecânico, a outra depende de arte. E hoje há muito mais barulho que antes, as minúcias vão se perdendo. A meninada precisa sonhar mais, ser mais romântica, procurar sons que não conhece. Esses instrumentos facilitam esse tipo de busca, são mais fáceis de tocar - têm menos harmônicos, é mais fácil tirar o dedo -, dão mais retorno a quem toca, aumenta a segurança de quem toca. Mas é bem mais difícil extrair minúcias, detalhes, que um bom violão tradicional. O fato é que temos excelentes violonistas, mas sem uma marca pessoal, individual.
 

MC - Dê uma orientação pra quem quiser começar a tentar construir algum instrumento acústico?
RD - A primeira coisa é achar um luthier para encher a paciência - desde que não seja eu. Não tendo, livros são importantes, mas a maioria é em inglês. Mas supondo que a pessoa esteja fazendo o instrumento, o melhor conselho é: não reinvente a roda. Faça o primeiro violão de forma tradicional, num formato que seja reconhecido, e o segundo com pequenas alterações, de forma a que qualquer mudança no som tenha a causa facilmente identificada. Lá pelo quarto ou quinto aí sim, começar a fazer mudanças mais radicais, caso deseje. A coisa mais comum é luthieres iniciantes fazerem instrumentos muito irregulares, justamente por não controlarem tecnicamente todo o processo.





Agradeço a disponibilidade do Ricardo em dividir conosco seus conhecimentos e experiências.

Grande Abraço,

Marco.

Entrevista realizada por rede social, em 30 de Julho de 2014.
Fotos cedidas pelo entrevistado.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Mauricio Orosco e as gravações não comercializadas de Sávio...


"Esse cara aí é demais! O seu disco solo "Mauricio Orosco - Da própria Lavra" não sai do meu toca disco, mas eu também tenho escutado bastante suas gravações, não comercializadas, da obra de Isaias Sávio! Gravações estas cedidas para o F. Zanon por ocasião do programa de rádio sobre o saudoso professor e compositor. Faço um apelo, Mauricio Orosco, grave um disco com a obra de Sávio, que nos teus dedos soaram maravilhosamente bem! E tenho certeza que outros jovens guitarristas terão forte interesse em tal obra após ouvi-lo. Nossos ouvidos agradecem! ;) Forte abraço!

PS. foto do encarte do disco "Da própria lavra", onde se vê Orosco e uma guitarra Abreu."

 PS.: Publicado no Feicebuq, em 2 de Novembro de 2013.

http://vcfz.blogspot.com.br/2006/10/40-isaias-svio.html

sábado, 26 de julho de 2014

Nicolas de Souza Barros, Nazareth com Oito Cordas...




"Venho escutando este belo disco "Nicolas de Souza Barros - Ernesto Nazareth" há alguns dias... ele fora produzido pelo próprio Sr Nicolas e gravado, mixado, masterizado e editado por Alexandre Mello em 2013 no estúdio Radamés Gnattali da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Cujo repertório originalíssimo, é composto de transcrições das composições para piano de Ernesto Nazareth, para o violão de oito cordas. E tem um detalhe técnico, não usaram compressão nem limitação na gravação, para preservar as características sonoras do violão de 8 cordas, aliás, violão fabricado pelo lendário luthier carioca Sr Sérgio Abreu, em 2011. 


Transcrevo aqui uma das notas do encarte: "O entusiasmo de Nicolas de Souza Barros pelo violão de oito cordas o levou a desenvolver extenso repertório para o instrumento. Na minha opinião, o ponto culminante de seu repertório são seus belíssimos arranjos de composições de Ernesto Nazareth, compositor que nunca se adaptou de maneira muito feliz ao violão tradicional mas que fica totalmente à vontade nessas inspiradas transcrições". (Sérgio Abreu - Luthier) Esse disco terá lançamento no dia 29 de março de 2014, no Centro Cultural Justiça Federal, Rio de Janeiro, sendo o primeiro recital da Associação de Violão do Rio (AV-Rio) da série "Violões da AV-Rio"."

 

PS.: Postado no Feicebuq, em 25 de Fevereiro de 2014.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Fernando Araújo "Universal"...


Esse disco, gravado em 1999 no Estúdio Bemol em B.H., contém Excelentes interpretações dos "Cinco Prelúdios" de Heitor Villa-Lobos, além de outras não menos belas como "Las Cuatro estaciones Porteñas" de Astor Piazzola, arranjadas por Sérgio Assad para violão solo e as peças "Duas contas", "Gente humilde" e "Lamentos do morro" de Anibal Augusto Sardinha (Garoto), sob delicados arranjos para Quarteto de Cordas, por Mauro Rodrigues. Fernando obtém uma sonoridade muito clara, e bem acabada, e um detalhe que muito me agrada, todo o disco fora gravado com um violão José L. Romanillos "La Calderera" de 1977.


Fernando Araújo é bacharel pela Escola de Música UFMG e Mestre em Música pela Manhattan School of Music, de Nova Iorque, obteve várias premiações, dentre elas, o Prêmio Turíbio Santos no "II Concurso Internacional Villa-Lobos" e o 1º lugar e o Prêmio de Melhor Intérprete de Villa-Lobos no "II Concurso Nacional Villa-Lobos", e além de atuar como concertista, Fernando também é professor assistente da Escola de Música da UFMG e um dos coordenadores do Festival Internacional de Violão – FIV, de Belo Horizonte.


Fernando gravou o disco "O tom de Adélia Prado" em 2000, onde a escritora Adélia Prado lê poemas do seu próprio livro "Oráculos de Maio" de 1999, e também desenvolve um trabalho em duo com a soprano Mônica Pedrosa que tem um disco gravado chamado "Canções da terra, canções do mar", de 2010, com interpretações de compositores eruditos Brasileiros, com arranjos do próprio Fernando, sendo esta formação vencedora do "XX Artist Internacional Auditions", em Nova York, apresentando-se inclusive no prestigioso Carnegie Recital Hall.

Em suma, Fernando Araújo é um artista de alto nível, e este disco "Universal" é obra indispensável.



sábado, 19 de julho de 2014

Precisão, sincronia, emoção... Duo Abreu



A primeira vez que escutei o duo de Sérgio e Eduardo Rebello Abreu, foi através de umas fitas K-7 que eram do pai de um contrabaixista que tocava com meu pai, e se tratava do programa de rádio "Seis Cordas - Panorama Internacional do Violão no Séc. XX", no caso, os programas 2 e 6, que tratavam da obra de Villa-Lobos, apresentado por Everton Gloeden. Foi algo mágico, toda aquela precisão, sincronia, e emoção, mas principalmente as interpretações do "Prelúdio No. 1" e "Estudo No. 1" de Villa-Lobos, por Eduardo. Eu toco esse estudo do Villa, e até hoje sou assombrado pela interpretação do Eduardo...


Nessa mesma época eu comprei o segundo álbum do duo, de 1969 pela CBS, intitulado "Os violões de Sérgio e Eduardo Abreu", que acabei vendendo pra um colecionador e posteriormente adquiri-o novamente. Logo em seguida também comprei o primeiro Lp de 1968, pela gravadora Decca, original da Inglaterra, e que podem ser vistos nas fotos.
Eu trabalhava com o meu pai, no estúdio da minha família, e tive a oportunidade de ter alguns equipamentos de gravação, pratos a minha disposição, então pude fazer um trabalho de cópia de uma centena de bons discos do meu acervo, incluindo esses dois citados. Para preservar os lendários Lps.

Nessa altura eu já havia decidido que o violão teria que fazer parte da minha vida, e eu teria que dar um novo rumo, haja visto que os instrumentos elétricos, e a bateria eram uma constância na minha família.



Sendo assim, os Lps "O violões de Sérgio e Eduardo Abreu" juntamente com o "Solitude on guitar" de Baden Powell (que foi o primeiro disco de violão que eu comprei), e o "Julian Bream '70s", foram álbuns responsáveis pela minha paixão pelo violão. ;)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Morre Johnny Winter...


O herói da Guitarra Blues Norte Americana, aos 70 anos, nesta quarta última, 16 de Julho.



Este disco do fim dos anos sessenta, da foto acima, foi a primeira coisa que escutei deste singular músico. Numa época em que a gravadora queria tranformá-lo num astro da música country, ele grava esta obra com o pé enfiado no ritmo Blues.

Descanse em paz.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Chrystian Dozza - Fantasia Mineira



"Eu ainda não havia comentado sobre este disco do concertista mineiro Chrystian Dozza (que aliás, integra o quarteto Quaternaglia), pois não tive oportunidade de ouvi-lo com calma, como faço normalmente com uma obra. Bem, este disco "Chrystian Dozza - Fantasia Mineira" tem uma coisa que eu gosto bastante, que é a mistura das cordas de nylon com as cordas de aço num mesmo disco, como o que o Ralph Towner fazia no grupo Oregon, ou o Paulo Bellinati. Chrystian é muito criativo, e este disco autoral tem composições com um estilo que nos remetem a George Gershwin, Andrew York, André Geraissati (mas talvez nem sejam suas influências)... além de uma pitada do regionalismo da viola do sudoeste brasileiro, sem deixar de ser original. 


A gravação é de Anderson (Estúdio Santa Marcelina) e Andrei Fossari (Fossari Estúdio), mixagem e masterização de Homero Lolito e a produção é do próprio Chrystian, mas não consta a data da gravação. É um belo disco, e no encarte consta um depoimento do saudoso Henrique Pinto: "Fiquei impressionado pelo alto nível da gravação de Chrystian. As Fantasias Mineiras foram elaboradas a partir de temas já existentes, mas com uma nova roupagem, ampliando e dando novo aspecto composicional. Além das Fantasias, somos presenteados com obras originais, com temas de rara criatividade. Chrystian nos presenteia com sua musicalidade, desenvolvida com labor de mestre de sólida formação e experiência, e seu virtuosismo ilimitado. Certamente este Cd será um ponto alto em sua carreira e ouvi-lo sempre será uma nova experiência sonora". Particularmente, uma das peças que mais gostei foi "Minimal Rock"! Abraço, Chrystian!"

PS.: Publicado no Facebook, em 11 de Julho de 2014.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Sir Julian Bream, 81...



Parabéns ao incrível Sr Julian Bream, que hoje completa Oitenta e Um anos! 

Uma vida dedicada ao violão...


PS.: Foto de Eamonn McCabe.

domingo, 13 de julho de 2014

Josué Costa - Luando


"Uma grande satisfação receber o disco de estreia do jovem violonista Josué Costa, que é natural do Piauí. O disco "Josué Costa - Luando" é todo autoral e as peças inspiradas e dedicadas a entes, amigos, como é o caso da peça que intitula o disco "Luando", dedicada a seu filho Luis, e a grandes músicos como Canhoto da Paraíba e Edu Lobo, tem a produção de Gracinha Silveira, Paulo Dantas e Josué Costa, e gravado no Estúdio ALTEC pelo engenheiro de som Dalmir Filho, em Teresina-PI, no ano de 2013. 





Josué é um violonista que além de técnico, é muito criativo e expressivo, e nos apresenta uma obra com sabor brasileiro da melhor qualidade. 




Desejo-lhe Sucesso, meu amigo Josué!"

PS. Publicado no Facebook, em 11 de Junho de 2014.


sábado, 12 de julho de 2014

Teresinha Prada - Música Contemporânea, Compositores de Mato Grosso


"Semana passada eu recebi um belo presente da concertista Teresinha Prada Soares, este belo disco de sua autoria, com interpretações de obras para violão dedicadas a ela por jovens compositores do Mato Grosso, além de "Duas peças para violão" de Roberto Victório! Uma bela e inédita obra gravada em 2010 no estúdio da Faculdade Cantareira, pelo engenheiro de som Ricardo Marui."

PS. Publicado no Facebook, em 1 de Julho de 2014.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Flavio Apro - Nocturne (Romantic Guitar Miniatures)



"Neste disco "Flávio Apro - Nocturne: Romantic Guitar Miniatures" o concertista Flávio Apro nos apresenta um programa escolhido meticulosamente entre maravilhosos compositores como Manuel Ponce, Manuel de Falla, Frederic Mompou e outros, além de duas peças autorais "Potrait" e "Memorian", para criar um obra delicada e uma bela homenagem a mestra argentina Adolfina Raitzin de Távora, a Dona Monina. Flávio teve o primeiro contato com Dona Monina em 1993, tendo a oportunidade de um curso de uma semana, e criou-se um vinculo que permaneceu até 2010, na ocasião da sua morte. Segundo Flávio, esse contato fora importantíssimo para o seu desenvolvimento como intérprete. E este disco é uma aula de interpretação, contrariando a opinião do próprio autor, que diz se tratar de um disco para "não-violonistas". 


Esta gravação é de 2013, e foi feita em Maringá-PR pelo engenheiro Rael Bertarelli Gimenes Taffolo e a masterização de Flávio Apro, e teve distribuição em 2014 pela Brilliant Classics da europa. Parabéns por esta bela obra, Flávio!"

PS. Publicado no Facebook, em 23 de Junho de 2014.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Fabio Scarduelli - Música Paulista para Violão


"Eis que chega o tão esperado Cd "Fabio Scarduelli - Música Paulista para Violão" (2013), com as interpretações das peças dos Paulistanos Almeida Prado, Camargo Guarnieri e Edson Tadeu Ortolan... Além da perfeita interpretação, Fabio fez um ótimo trabalho de pesquisa relacionada às partituras, e nos apresenta a conecção entre tais compositores. Este disco passa a ser uma referência para estudantes e apaixonados por música, e consequentemente, ele entra pra história do violão Brasileiro! Parabéns, Fabio!"

PS. Publicado no Facebook, em 1 de Fevereiro de 2013. 

terça-feira, 8 de julho de 2014

Angela Muner - Interpreta Música Espanhola


“E eu também iniciei o ano apreciando o disco "Angela Muner interpreta Música Espanhola", gravado em 1984 nos Estúdios Paulinas-COMEP, que me foi apresentado em Longplay, há uns dez anos, pelo Sr Antônio Neto aqui em Fpolis - e que ainda guardo uma boa cópia que fiz do vinil, no estúdio do meu pai - em meados de 2000. Esse disco tem uma excelente qualidade, tanto de técnica de gravação quanto da "performance" da intérprete. 

No programa Angela apresenta:

1 - Cordoba (I. Albeniz) Transcrição de Angela Muner;
2 - Cataluña (I. Albeniz);
3 - Cadiz (I. Albeniz);
4 - Sevilla (I. Albeniz);
Sonatina (F. M. Torroba):
5 - I-Allegretto;
6 - II-Andante;
7 - III-Allegro;
8 - Canço de Lladre (D.P. Anônimo Catalão);
Hommage à Tárrega (J. Turina):
9 - Garrotin;
10 - Soleares.

Angela não usava as unhas quando iniciou, e, segundo relatos do próprio Sr Antônio, que a conheceu quando estudou com o Sr Henrique Pinto, ela chegou a usar unhas postiças para tocar, já na idade adulta. Nota do encarte: "Angela Muner atingiu uma posição de destaque entre os violonistas de sua geração, não apenas por sua técnica fluente e bela sonoridade, mas, principalmente, por sua musicalidade e senso de estilo", por Sérgio Abreu. Seja como for, Música Espanhola nos maravilhosos dedos de Angela Muner, é um programa indispensável para os jovens violonistas.”

PS. Publicado no Facebook, em 2 de Janeiro de 2014

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Antônio Guedes - Recuerdos: Guedes toca Tárrega



"E hoje foi dia de escutar o disco do excelente violonista Antônio Guedes, que eu recebi há algumas horas, chamado "Recuerdos - Guedes toca Tárrega", e que apresenta programa com peças do compositor Espanhol Francisco de Asis Tárrega Eixea. Disco este, com produção artística de Fábio Zanon, que fora seu aluno, e impecável gravação feita pelo "mago da captação de som" Sr Ricardo Marui, no Estúdio Cantareira, em 2007. 

Bem, sobre a interpretação do Sr Antônio Guedes, eu diria "única", "madura", enfim, um disco histórico do Violão Brasileiro, por ser o primeiro deste grande músico, e também por prestar uma belíssima homenagem à esse importante compositor romântico para violão que foi Francisco Tárrega. Esta obra deve ser apreciada por todos os amantes do violão, sem moderação!"
PS.: Postado no Feicebuq, em 3 de Janeiro de 2013. 

sábado, 5 de julho de 2014

Paulo Porto Alegre - Varandeio (2012)




Belíssimo disco do Sr Paulo Porto Alegre "Varandeio", gravado em 2012 no Estúdio Cantareira, pela captura e mixagem do mago Ricardo Marui e masterizado por Homero Lolito. O Sr Paulo fez um apanhado de sua obra que datam desde o início dos anos 80 até 2012, sendo peças dedicadas à Mario Ulloa, Fábio Zanon, e por influência dos seus estudos de "jazz", algumas dedicadas à Alieksey Vianna e também aos irmãos Sérgio e Odair Assad. Algumas peças da sua obra violonística podem ser baixadas gratuitamente pelo site: http://www.pauloportoalegre.com/Home.html 30 anos de música. Boa Música! Ah, como eu gosto desse "Estudo Eólio", e "Guarapari", e "Varandeio", e... Só faltou um autógrafo, Sr Paulo! Parabéns pelo carinho com os nossos ouvidos!

PS. Publicado no Facebook no dia 31 de Janeiro de 2014. 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Roberto Victório - Obras para Violão por Paulo Pedrassoli




Hoje, ao escutar este disco, pensei em comentá-lo, porém resolvi trancrever as belas palavras de Terezinha Prada Soares, que consta no encarte:
"Pedrassoli interpreta Victório...
Na história da música, a associação entre compositores e intérpretes é frequente. Essa relação proporciona o entrecruzar de fronteiras da especificidade de cada um. Compositores buscam algo que já os atraiu quando pensam naquele intérprete para sua música e este corresponde, se encaixa perfeitamente naquela visão apreendida - o toque personalista, a técnica impecável, a garra ou a suavidade únicas. Suas características ressoam na obra do compositor, ressoam em sua poética, podem até ser o ponto de partida de um grande conjunto de obras. O mesmo ocorre com o intérprete; ele busca estar apto a uma gama de possibilidades estéticas, mas sempre haverá um autor ou nicho que o atraia mais. Enfim, é uma espécie de relação "alter egos".
Mas só essa junção compositor-intérprete não garantiria um bom trabalho musical; não se chega a uma grande obra ou performance se dois nomes de peso não se encontram de fato. Tal encontro é o que acontece aqui nesse registro que chega para evidenciar uma relação antiga: Paulo Pedrassoli toca Roberto Victório com a facilidade de um grande intérprete e com a intimidade de um artista sempre ligado ao novo.
O novo está em Roberto Victório e quando penso em seu trabalho, duas boas imagens me vêm à mente: o compositor e o violonista. Ao violão, Victório dedicou um mergulho profundo desde a época de estudante, passando pelo repertório "obrigatório", participando até de concursos (já esteve numa das edições do Concurso Villa-Lobos), interessando-se especialmente pela obra do cubano Leo Brouwer (1939), autor imperdível para o repertório do violão contemporâneo. De intérprete, Victório logo chegaria à essência do instrumento por meio de suas composições desde a década de 80. Seu nome se estabelece como um ponto alto do repertório do instrumento e isso não é coisa fácil no Brasil, país que tem grandes violonistas, mas que ainda poucos se interessam pela música dos nossos dias. Com atitude sempre diferenciada, Victório segue em frente na sua tarefa de compor e tocar, plenamente ligado ao hoje.
O nome de Paulo Pedrassoli é uma unanimidade em termos de uma carreira brilhante como concertista. Musical, refinado, seu profissionalismo fez com que há muito tivesse resolvido qualquer problema técnico que tocar na contemporaneidade tenha nos proporcionado: a maneira de tocar, novas ideias e sonoridades, novos ataques nas cordas, que requerem novo "approuch", porém nele a técnica está ali, sabe-se que foi planejada e estudada milimetricamente, mas ninguém nota porque sua musicalidade transborda; seu fraseado, a maneira como explora a dinâmica, é tudo limpo sem ser asséptico - é tudo tão simples para Pedrassoli.
Então, que presente poder ouvir esse trabalho que reúne um grande talento ao violão e outro na composição."

(Teresinha Prada Soares)



Belíssima obra, Parabéns Sr Pedrassoli, parabéns Sr Victório!


PS. Publicado no Facebook em 16 de Janeiro de 2014. 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Flávio Apro - Doze Estudos para Violão de Francisco Mignone




O concertista Flavio Apro nos brindou com uma belíssima interpretação dos "Doze Estudos para Violão" de Francisco Mignone, numa gravação que estava fora de catálogo há uma década e que, felizmente, agora foi relançada por selo Mexicano. 



Flavio trabalhou intensamente este repertório resultante da sua tese de mestrado sobre tal compositor, e que teve apenas uma primeira tiragem independente no início dos anos dois mil. Este disco também teve o "dedo de ouro" do engenheiro de som Ricardo Marui, que proporcionou uma sonoridade mais antiga, com recursos digitais, valorizando tanto a sonoridade do violão quanto as particularidades da interpretação de Flavio. 




 
Este é, sem dúvida, um disco referência, indispensável, visto que a obra do compositor Francisco Mignone ainda não foi devidamente explorada nas salas de concertos. Mais uma vez Parabéns, Flavio!